Mapuro

Apuro, Mapuro, Bapuro…

No ano passado, o Apuro reuniu vários de vós para contar histórias e partilhar conhecimentos. A vossa participação foi imensa e esta primeira experiência deu-nos várias ideias para pensar de que forma o Apuro se pode desenvolver.

Este ano, o Apuro multiplica-se em dois: O Mapuro refere-se à nossa capacidade de reflectir e analisar o que nos envolve, podendo ser descrito como exploração da mente e pensamento crítico. Por sua vez, o Bapuro explora a nossa capacidade de comunicar connosco mesmos através do corpo, movimento e da contemplação. Ambos procuram desafiar, questionar e inspirar as nossas práticas colectivas e individuais.

Partilharemos mais sobre o Bapuro nas próximas semanas. Hoje focamos-nos no Mapuro enquanto espaço para conversas, debates, apresentações e workshops interactivos.

Convidamos-te a usar o Mapuro como uma plataforma transdisciplinar de partilha para os teus projectos e investigações criativas. Imaginamos um fórum como espaço para o diálogo e experiências entre diversas perspectivas e disciplinas, mostrando como a tecnologia, política, o ambiente e as artes e cultura estão entrelaçados. Abaixo seguem algumas questões essenciais para as discussões deste ano:

Tecnologia

Desde a roda ao smartphone, temos procurado criar ferramentas que tornem a nossa vida mais fácil e expandindo os limites do que podemos fazer. Estas mesmas tecnologias tem tornado possível que inovemos a um ritmo cada vez mais rápido, tendo impacto na forma como nos movemos, falamos e trabalhamos – estes recursos não são neutros e nós estamos a mudar com eles. Paremos um pouco para pensar na forma como as tecnologias modernas tem moldado a forma como nos tratamos, falamos uns com os outros e interagimos com o mundo.

Ambiente

O ambiente é composto por todos os organismos que estão à nossa volta, vivos ou não-vivos. Inclui forças naturais físicas, químicas e outras. Enquanto seres vivos, existimos no nosso meio ambiente, e estamos constantemente em contacto e em adaptação àquilo que nos envolve. Ainda que cada vez mais se observe uma maior consciência desta relação e do que já hoje a coloca em risco, os processos políticos e económicos globais permanecem incapazes de a endereçar de forma efectiva. Como podemos realçar a importância de dar primazia aos nossos desafios ambientais? Como agir colectivamente e simultaneamente responsabilizarmo-nos individualmente pelas nossas ações?

Política

Vemos a política como um diálogo contínuo que temos de manter entre nós enquanto vivemos juntos. A política não é uma atividade restrita; existe sob todas as estruturas que moldam as nossas relações interpessoais e a forma como nos organizamos. Quem decide sobre o quê? Como é que nos reunimos para lidar com as nossas adversidades coletivas? Estas são algumas das perguntas que pretendemos explorar, considerando também questões como o crescimento da extrema-direita, desobediência civil ou as tendências atuais das migrações.

Arte e cultura

Estamos interessados no papel que a criatividade artística pode ter enquanto linguagem comum que junta diferentes grupos e comunidades em tópicos como a política, o meio ambiente e a tecnologia. Pretendemos explorar a possível tensão entre dois possíveis fins da arte: um puramente estético, o segundo como ferramenta que provoca mudança social e inovação. Terá a arte o potencial para sugerir novas realidades? Poderá ajudar-nos a compreender o caminho para as mesmas ou ajudar-nos a decidir se o devemos fazer ?

O que achas?

Achamos que é importante não deixar que discussões tão vitais como estas se fiquem pelas salas fechadas das universidades e centros de conferência. Queremos tê-las contigo – ajuda-nos a dar forma às conversas à beira do lago que teremos este ano, participando no Mapuro com a apresentação do teu projecto ou uma ideia para uma conversa ou debate que queiras ter no Waking Life. Escreve-nos apuro@wakinglife.pt.

E como diz o ditado Chinês, “que vivas em tempos interessantes!”